Desce que começou a actual crise, com os Estados Unidos e a Europa a resgatarem bancos atrás de bancos, que se tem lido e escutado muita coisa sobre a opção tomada pela Islândia.
Este país, muito longe de enfrentar uma crise como da Grécia, optou por não pagar as suas dividas, seguindo o seu próprio caminho e agora já conseguiu reduzir o seu deficit e está mesmo numa fase de crescimento económico. Vamos ver como foi isso possível.
Quando a crise de crédito atingiu os mercados, os três principais bancos da Islândia ficaram subitamente privados do crédito, uma situação semelhante à que provocaria o resgate da Irlanda, no entanto, a opção tomada foi diferente.
O governo islandês nacionalizou a banca, recusou financiar o resgate dos seus bancos e optou por proteger apenas as poupanças dos seus cidadãos. Os investidores estrangeiros tiveram de suportar as perdas. As taxas de juro subiram acima dos 15%, a inflação subiu aos 12% e a própria economia contraiu 7%. Mas desde então, o país protagonizou um duro processo de reajuste, tendo inclusive conseguido crescer, encerrando mesmo o passado ano com uma melhoria do seu PIB em 3%.
Mas será que os outros países europeus poderiam fazer o mesmo? Em teoria sim, mas existem diferenças: Em primeiro lugar o governo islandês não resgatou os seus bancos, como também nunca o poderia ter feito por não ter capacidade económica para o fazer. Em segundo lugar a Islândia tem moeda própria (que sofreu uma forte desvalorização). Ainda assim, a Islândia recebeu um empréstimo do FMI, pois as suas decisões, em caso algum colocariam em perigo o sector financeiro mundial, uma vez que por ser um pais pequeno não necessitava de muito dinheiro. Basicamente o que aconteceu foi que a Islândia salvou-se à custa dos dividendos anuais de alguns bancos ingleses e holandeses e dos seus accionistas.