Caro… o que é ser caro? Evidentemente que este conceito varia de pessoa para pessoa, ou melhor, conforme o rendimento de cada um e conforme a forma como se administra o respectivo dinheiro. No entanto, penso que podemos resumir tudo nesta definição:
Algo caro é um objecto, produto ou serviço que nos obriga a gastar para além das nossas capacidades financeiras durante um período determinado. Isto significa que temos de poupar durante mais de dois meses (ou seja, não é dinheiro de que possamos dispor com facilidade) uma parte importante do nosso rendimento para reunir o dinheiro necessário para a compra.
Vamos exemplificar: Se eu preciso de poupar 500 euros durante 12 meses para conseguir comprar algo, é caro para mim. Se pelo contrário, em dois meses posso poupar para comprar algo que custa 5.000 euros então não é tão caro (não foi necessário um esforço tão grande).
Uma vez definido o que é ser “caro”, devemos então responder a estas 6 questões antes de pensarmos em comprar alguma coisa:
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Indice
Quanto tenho de poupar e durante quanto tempo?
Mesmo que decida usar o crédito (MÁ DECISÃO), o dinheiro irá sair do seu bolso. Por isso, faça as contas e veja qual o esforço que terá de realizar para fazer a compra.
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É desejo? É mesmo preciso? Ou será que não?
O facto de se desejar muito alguma coisa sem se necessitar dela não é razão para não a comprar, mas é preciso estar consciente do que é, devido ao esforço que terá de fazer para adquirir o objecto. Deve estar plenamente seguro de que é um preço (em todos os sentidos, não apenas no sentido monetário) que está disposto a pagar.
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O objecto vai custar mais do que o valor que tem para mim?
E não me refiro apenas ao dinheiro. Um bom exemplo é quando alguém faz um grande esforço para comprar um carro de uma marca de luxo. Se está muito acima das suas possibilidades (e não iriam acreditar na quantidade de pessoas que fazem isto), irá ter de suportar não apenas as prestações mensais, como também com os custos de manutenção, as peças de substituição, estacionamento, angústia de pensar que o carro pode ser roubado, ou que tenha de andar meses nos transportes públicos porque o carro não pode sair da oficina pois “não chegou ainda a peça que se estragou”.
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É algo que vou realmente usar?
Imaginemos o caso de uma senhora que comprou uma mala de uma marca de luxo. Muitas vezes estas malas são incómoda de carregar, ou porque têm as asas curtas, ou são demasiado grandes, ou por simplesmente porque não são para usar no dia-a-dia. O que irá acontecer é que quase nunca irá ser utilizada. Nestes casos deve-se pensar com calma e olhar para o nosso estilo de vida e não para o design ou para a marca. Ou então deve-se comprar uma da marca X, mas que seja prática e versátil.
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Será que consigo comprar mais barato?
Esta pergunta é essencial. Não importa que seja uma bolsa ou uma peça de roupa de uma marca de luxo. Há sempre a possibilidade de se conseguir comprar a um melhor preço. É sempre preciso procurar pelas melhores ofertas antes de fazer uma compra.
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Quantas horas de trabalho isso me vai custar?
Esta pergunta é parecida à primeira mas não é igual. Dinheiro significa esforço. Antes de comprar alguma coisa deve “medir” exactamente qual o esforço necessário para pagar algo, fazendo a equivalência em horas de trabalho.
Por exemplo, se ganha 800 euros por mês, divida esse valor por 30 (dias do mês), resultando 26,67 euros diários. Isso dividido pelas 8 horas (de trabalho por dia) dá 3.33, o que significa que ganha 3,33 euros à hora.
Imagine agora que vai comprar uma bicicleta de corrida ou de BTT que custa 1.000 euros. Irá precisar de trabalhar cerca de 300 horas para conseguir ter dinheiro suficiente para a adquirir.
Ainda tem vontade de comprar essa bolsa/carro/bicicleta/objecto?