O mundo está a mudar e com ele a população. Ao longo dos anos, há cada vez mais pessoas que conseguem superar a linha entre a vulnerabilidade e a estabilidade e, pela primeira vez na história, o número de pessoas de classe média superará o número de pobres. Um total de 3800 milhões de pessoas será de classe média. Apesar disso, o volume de população pobre e em risco de pobreza continua a ser demasiado elevado.
Para fazer estas estimativas publicadas pelo World Economic Forum, foram tidos em conta os limites estabelecidos de gastos em função da PPP (purchasing power parity) de 2011.
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Pobreza extrema – gasto menor a 1,9$ por dia.
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Vulneráveis – entre 2 e 10,99$ por dia.
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Classe média – gasto entre 11 e 110 $ por dia.
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Ricos – gasto mais de 110 $ por dia.
A classificação de classe média está vigente desde 2010. Para determinar quem entra neste grupo são tidos em conta os rendimentos destinados a comprar bens de consumo duradouros, como por exemplo máquinas de lavar louça. Também têm capacidade para gastar em actividades de lazer, têm férias conseguem enfrentar contratempos, como por exemplo uma doença ou estarem desempregados durante algum tempo. E sem que isto não os leve a uma situação de pobreza. Para fazer estas estimativas foram realizados inquéritos sobre rendimentos e gastos num total de 118 países de todo o mundo.
Ao longo destes anos, já muito foi escrito sobre a evolução da classe média e o seu crescimento. Segundo algumas estimativas, uma pessoa escapa da pobreza extrema a cada segundo e cinco pessoas por segundo entram no grupo da classe média. E, por último, a cada 2 segundos 1 pessoa entra no grupo dos ricos, um ritmo muito inferior ao resto.
A importância da classe média
Esta mudança no número de pessoas de classe média é muito importante para a economia. A principal razão é que a classe média é um reflexo da economia global e porque, segundo o WEF, “é muito mais exigente do que os seus governos”. O consumo privado dos lares é metade da demanda mundial, sendo a outra metade investimento e consumo do governo.
É verdade que os ricos gastam mais por pessoa, mas são tão poucos que não são suficientes para impulsionar a economia. Os pobres, apesar de serem muitos, gastam muito pouco. Por isso, a classe média é o objectivo mais importante para as empresas.
Uma classe média que não é fácil de dirigir. Procuram produtos diferenciados e os gostos são muito diferentes de um país para outro. Esta nova classe média é muito maior na China, Índia e nos países do sul da Ásia. É por este motivo que as multinacionais asiáticas estão a crescer e são fortes competidores.
Porque é que as empresas visam essencialmente a classe média?
Para além da actual população pertencente à classe média, é importante conhecer a projecção do seu crescimento. Segundo as estimativas, a classe média é a que mais cresce e espera-se que sejam 4000 milhões de pessoas em 2020 e 5300 milhões em 2030. Ou seja, em 12 anos haverá mais 1700 milhões de pessoas de classe média. Por outro lado, e no mesmo período de tempo, haverá menos 900 milhões de pessoas vulneráveis, às ricas apenas somar-se-ão 100 milhões e as mais pobres reduzir-se-ão em 150 milhões de pessoas.
Para além disso, em 2030 os mercados da classe média na China representarão 14,1 biliões de dólares e na Índia 12,3 biliões de dólares. Estes dados representam aproximadamente o tamanho actual do mercado dos Estados Unidos da América, de 15,9 biliões de dólares.
Segundo estimativas, os mercados de classe média na China e Índia em 2030 representarão $ 14.1 biliões e $ 12.3 biliões, respectivamente, comparáveis em tamanho a um mercado de classe média dos Estados Unidos, que nessa altura deverá representar $ 15.9 biliões.