Este panorama propicia a deslocação de recursos de forma rápida e em inúmeros casos em tempo real, uma vez que cada vez mais existem serviços que podem ser executados via internet. Desta forma os recursos mais qualificados de um país podem chegar facilmente a países distantes numa questão de dias ou até de um instante de segundos se os serviços puderem ser executados online.
O velho continente europeu detém uma série de recursos qualificados, encontrando-se já praticamente sobrelotada a capacidade para acolher serviços do sector terciário e até secundário provenientes de outras partes do mundo. Esta situação é de tal ordem que o continente europeu praticamente só tem novas oportunidades de trabalho para mão-de-obra menos qualificada pertencente ao sector primário.
Ao contrário, outros países emergentes, principalmente os de África, da América latina e alguns países do sul da Ásia continuam a carecer destes mesmos serviços que os europeus têm em excesso. Sendo estes os países onde cada vez mais se verificam grandes investimentos por parte de empresas ou particulares europeus, que obtêm lucros de forma mais eficiente que no seu país de origem.
No caso particular português a sua posição geográfica, no sudoeste europeu, faz com que cada vez mais algumas nações encarem o território nacional como uma espécie de rótula de interacções comerciais, culturais e de serviços entre os continentes europeu, americano e africano. Para os investidores portugueses países como o Brasil, Angola ou Moçambique são propícios a acolher investimentos tanto de grandes empresas como de particulares portugueses que têm a vantagem, em relação aos demais países europeus, de comunicarem na mesma língua.
O Brasil pela relação que tem com o nosso país e por partilhar a língua e a cultura, é sempre um país a considerar pelas empresas construtoras e imobiliárias, assim como os serviços e comércio que vêem a sua actividade em forte expansão.
No caso de Angola e Moçambique, países que sofreram guerras civis recentes, existe ainda uma forte carência de infra-estruturas e serviços básicos, pelo que qualquer investimento feito nestas áreas, por empresas qualificadas provenientes do continente europeu, é acolhido com grande entusiasmo.
Outra questão a considerar é o tipo de civilização que se está a constituir para o futuro. A Humanidade tem cada vez mais meios tecnológicos ao seu dispor que a poupam dos trabalhos árduos e tornam a sua vida mais cómoda. A par disso cada vez mais se cultiva o gosto pelo ócio e pelo lazer o que faz antever que a civilização do futuro seja a do turismo.
Assim sendo existem países que cada vez mais apostam e dependem do turismo, como é exemplo grande parte do território em torno do mar mediterrânico, que detém não só um clima e paisagens atractivas como também uma riqueza cultural elevadíssima, decorrente do passado histórico que deixou marcas até aos dias de hoje. Em muitos destes territórios os investimentos ao nível turístico são exemplos de sucesso e uma das maiores fontes de riqueza dos países mediterrânicos.
A título de conclusão utilizaremos o exemplo da Líbia que na actualidade sofre uma guerra civil que está a arruinar a população desta parte do mediterrâneo. No entanto quando o fim da guerra chegar antevê-se que este seja um país de oportunidade para bons investimentos, uma vez que vai ser necessário reconstruir uma série de novos edifícios e infra-estruturas. A par disso a sua imensa costa mediterrânica detém também potencial para colocar a Líbia na convergência com as civilizações do turismo. Assim verificamos que este território poderá ser propício a acolher investimentos rentáveis num curto prazo de tempo que contribuam para a reconstrução do país e para tornar a sua orla costeira atractiva ao nível turístico, por forma a fazer também desta uma civilização do futuro.