Nos últimos anos, graças à globalização, os mercados financeiros em geral e a bolsa em particular, tornaram-se em juízes da política e da economia de um país. São magistrados duros e as suas sentenças não têm apelo.
Graças ao desenvolvimento das tecnologias de informação e à liberalização dos movimentos internacionais de capitais, iniciada na década de 80, o dinheiro move-se por todo o mundo em menos tempo do que dura um suspiro.
Basta clicar uma simples tecla de computador para que o dinheiro investido em qualquer lugar do planeta volte num instante às arcas do seu dono ou que vá para outro sitio completamente diferente onde possa obter uma maior rentabilidade ou uma maior segurança no investimento.
Nada, nem ninguém pode detê-lo, nem sequer os bancos centrais dos países, que nas últimas crises financeiras internacionais se viram ultrapassados pelos acontecimentos e não conseguiram evitar o afundamento das moedas dos países castigados pelos mercados.
As suas reservas conjuntas apenas equivalem ao montante total de dinheiro que se move numa semana no mercado de divisas, pelo que as suas actuações foram dirigidas no sentido de manter a solvências dos diferentes sistemas financeiros, tentando evitar faltas de pagamento entre os bancos e as bolsas.
Esta é uma das realidades inquestionáveis do mundo da globalização, pelo que os países não têm outro remédio senão aceitar e aprender a conviver com ela em forma de políticas económicas “saudáveis”. Os mercados condenam tudo o que signifique défices no orçamento, inflação, desordens monetárias, etc.