Crédito para Condomínios

Crédito para Condomínios

Crédito para CondomíniosLonge vão os tempos da habitação térrea, de índole familiar, onde todos eram pertença do mesmo agregado. Longe vão os tempos, também, da vantajosa vaga de emprego no mesmo sítio de onde eram originários os indivíduos em idade ativa. Isto porque aqueles que não o eram ainda, bem depressa teriam de contribuir e os que já não o eram, viviam “às sopas” dos restantes. Não haviam reformas, era assim a organização social dos mais pobres e desfavorecidos.
Diferentemente se passa, nos dias que correm. Todos buscamos o nosso “pedacinho de céu”, o nosso espaço privado, onde encontramos trabalho e não por qualquer tipo de vínculo familiar, mais ou menos afetivo. Compramos casa onde nos é possível e viável economicamente, recorremos ao crédito quase sempre. É o preço da “compra” da nossa alforria.
Porém, como sabemos, para já, o recurso ao crédito significa algo de muito pouco positivo: a maior parte das vezes, é uma dependência para muito e prolongado tempo da nossa vida, sob o dito: “havendo trabalho e saúde tudo se paga!”
Por outro lado, se ganhámos o nosso espaço, perdemos na estranha e nem sempre aprazível proximidade das pessoas que nos rodeiam. Compramos, porque aquele espaço nos agrada ou porque fica próximo do nosso local de trabalho ou porque se nos afigurou o mais adequado, em termos de qualidade/preço da habitação.
Quer isto dizer que, muitas vezes, são os aspetos económicos que prevalecem sobre os afetivos. Nem sempre ficamos na vizinhança das pessoas que mais nos agradam. Na verdade, muitos problemas sociais provêm daí: hipotecámos a nossa vida àquele lote daquele apartamento e somos obrigados a conviver com os nossos condóminos, ainda que só sob esta circunstância: a bem do interesse mútuo.
Elege-se um administrador do condomínio, entramos num sistema de rotatividade pelos condóminos ou solicitamos os serviços de uma empresa especializada para evitar dissensões quanto aos direitos e deveres de cada um.
Quais são as funções do administrador do condomínio?
São, essencialmente, definir, recolher e gerir as quotas periódicas (geralmente, mensais) dos seus membros.
Como deve ser gerido esse dinheiro?
Geralmente, há vários tipos de despesas a ter em conta:
  • manutenção e limpeza dos espaços comuns;
  • criação de um fundo de reserva obrigatório (pelo menos de 10% do total da quota definida).
O edifício vai-se degradando ao longo do tempo, e necessita de obras extraordinárias de reparação ou de beneficiação. É normal. Caso o dinheiro apurado para o fundo de reserva obrigatório não seja suficiente, é necessário que os condóminos contribuam com mais verbas para a sua consecução… Porém, muitos deles já têm que suportar o valor da prestação mensal do crédito habitação e o valor das prestações de crédito disto e daquilo, para além das despesas básicas atinentes à manutenção da vida quotidiana … E cada caso é um caso, cada condómino terá os seus próprios problemas e dilemas.
Temos, então, geralmente, um problema de liquidez: as verbas provenientes do fundo de reserva obrigatório são manifestamente insuficientes para cobrir as despesas com a preservação do edifício comum.
O que fazer, então, para conseguir essa quota extraordinária? Parece inevitável a resposta: recorrem a um empréstimo provindo do crédito de uma qualquer instituição. Após reunião de condóminos (evidentemente necessária), como o devem fazer?:
  • Através de créditos individuais ou crédito conjunto para condomínios?
Após deliberação conjunta (e unânime, se possível) quanto ao melhor caminho a tomar, devem informar-se (se não o fizeram já) sobre a melhor instituição de crédito para o fazerem. Pois os bancos tendem a não aprovar este tipo de crédito:
  • não oferece muitas vantagens à entidade de crédito, pois, geralmente, não tem garantias de pagamento, como, por exemplo, a hipoteca da casa, no crédito à habitação;
  • não é lucrativo para o mesmo banco, uma vez que, como se trata de um processo único de um crédito único, os condóminos, se conjuntamente, ou mesmo individualmente, apenas pagarão comissões fixas uma única vez, no que se incluem as comissões com o estudo e gestão do processo. Em alternativa, as entidades credoras apresentam, como solução, que os seus hipotéticos futuros clientes vendam vários créditos hipotecários ou pessoais:
  • Cada um dos condóminos dá como garantia a hipoteca da sua própria habitação, dividindo o risco de incumprimento por cada uma das habitações individuais do edifício;
  • Cada um dos condóminos pode assumir um crédito pessoal, do que advirá num crédito com taxas de juro mais elevadas.
Quer opte por um ou por outro crédito, o condómino está a contratar e a selar um acordo com uma instituição de crédito, pelo que deverá, individualmente ou em grupo, em sede de todos os outros condóminos, avaliar qual a melhor situação:
  1. Convém haver uma estimativa do valor total das despesas a suportarem;
  2. Cada condómino deve procurar o melhor crédito para a sua situação;
  3. Procurar a oferta de vários bancos (conjuntamente, pode haver a possibilidade de conseguirem uma taxa de juro mais em conta, por ser um lote de produtos), a fim de encontrarem a solução mais vantajosa, o crédito mais económico para todos. É importante saber negociar!
  4. “A união faz a força!”
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