1. Registar tudo
A primeira coisa a fazer quando pretendemos gastar menos dinheiro é verificar onde é gasto o dinheiro. Para o efeito anote durante 1 mês tudo o que gasta e onde gasta, mas registe mesmo tudo. As despesas com os filhos, com o carro, alimentação, supermercado, despesas pessoais, transportes públicos, etc. Não se esqueça dos gastos mensais fixos, nomeadamente a prestação da casa (ou a renda), electricidade, internet, telefone e os pagamentos das despesas com cartões de crédito. Use uma folha de cálculo e registe numa coluna os gastos e na outra coluna, os rendimentos. No final poderá ver quanto está a gastar e se as suas finanças pessoais estão equilibradas.
2. Avaliação geral
Faça uma avaliação dos gastos desse período. Se nesse mês gastou 2.100,00€ e os seus rendimentos são de apenas 1.900,00€, rapidamente podemos ver que gastou 200,00€ a mais do que realmente podia. São 200,00€ que não tem e que está a gastar, seja com dinheiro que tinha guardado para emergências, fosse com empréstimos ou mesmo usando o saldo do cartão de crédito.
3. Avaliação dos itens
Faça uma avaliação de cada item. Por exemplo, descobre que gasta por mês cerca de 75,00€ em cafés. Analise friamente se é realmente tão importante esses cafés que bebe todos os dias fora de casa? Será que poderia beber café em casa e gastar menos? E que tal comprar uma máquina de café com os seus colegas de trabalho? Todos os itens que são dispensáveis devem ser cortados e eliminados dos gastos!
4. Estabelecer metas
Quer gastar menos, essa é a meta final. Mas, quanto menos? Para quê? Durante quanto tempo? Estas questões são importantes para que possa levar a cabo o objectivo de conseguir gastar menos.
Tente traçar metas a longo prazo (mais de 10 anos). Por exemplo, abra uma conta poupança reforma para precaver o seu futuro. Para esse efeito deveria poupar digamos, uns 200,00€ por mês. Também deve acabar com os empréstimos de consumo que fez (plano a médio prazo), de forma a conseguir ter tudo pago num prazo de 2 anos. E por fim deve ter um fundo para emergências, que pode ter poupando somente 150,00€ por mês e durante uns 2 anos. Imaginemos ainda que que comprar um novo telemóvel que custa 500,00€.
Uma vez eliminados os itens que não são importantes e que levam o dinheiro, verifique quanto pode cortar num mês de gastos. Vamos supor que eliminando os gastos que foi possível acabar, e tem agora um saldo mensal a seu favor de 650,00 (ganha 1.900,00 e gasta 1.250,00). Pode repartir esses 650,00 da seguinte forma:
Conta poupança reforma | 200,00 mensais |
Pagamento de empréstimos de consumo | 250,00 mensais |
Fundo para emergências | 150,00 |
Compra de telemóvel | 50,00 |
Podemos ver que o valor maior está destinado a pagar os empréstimos de consumo a curto e médio prazo. Porquê? Porque quando acabar de pagar essas dívidas, para além de deixar de pagar juros exorbitantes, ainda poderá dispor 250,00 para as metas realmente importantes. No final irá ter disponíveis 900,00 e não somente 650,00.
5. Resistir às tentações
Há coisas que despertam o nosso desejo de comprar. É importante descobrir quais são, e colocar em prática a difícil arte de resistir à tentação. Inicialmente será difícil, mas aos poucos saberemos controlar-nos e as coisas tornar-se-ão mais fáceis. Sobretudo em determinadas situações é mais difícil resistir ao apelo do consumo, como por exemplo nos centros comerciais. Se tiver problemas em controlar esse desejo de comprar, evite ir simplesmente a esses locais. Há sempre alternativas para poder comprar as mesmas coisas, mas fora desses centros de consumo.
6. Evite as despesas de lazer e pessoais
Quantas pessoas não fazem uma maratona de compras, justificando perante si próprias e aos outros que também merecem, pois trabalharam no duro e agora é altura de relaxar. Mas será que vale a pena ter de passar 1 ano inteiro a pagar por aquilo que foi comprado num único dia? Ninguém merece ter de pedir dinheiro emprestado porque não tem como fazer face a estes gastos desnecessários. Porquê andar angustiado devido à falta de dinheiro? Talvez seja melhor parar e pensar um pouco antes de se endividar, apenas por alguns momentos de prazer.
Efectivamente todos nós merecemos ter coisas boas, não se trata de uma questão de “meritocracia”, trata-se de uma questão de planeamento e de aprender a esperar pelo momento certo para ter o que se deseja. É um facto que não podemos ter tudo ao mesmo tempo, mas com algum planeamento e determinação é possível conseguir ter tudo o que quisermos.
7. Fazer render o dinheiro
Esta é uma parte importante para gastar menos. Cada euro que gastamos é um euro a menos no nosso bolso, pelo que se deve parar para pensar onde se gasta e como se gasta o dinheiro. Por exemplo, que diferença faz comprar produtos de marca branca, se a qualidade for semelhante e pudermos gastar menos dinheiro? Que tal evitar fazer compras em época alta e consequentemente também de preços altos? Há alturas do ano em que é mais difícil seguir este conselho, como por exemplo no Natal, mas se planearmos tudo com antecedência também é possível conseguir poupar no Natal. É também possível comprar produtos em quantidade, de forma a aproveitar os descontos, mas cuidado para não comprar mais do que precisa. De uma forma geral estude as relações custo-duração, duração-necessidade e preço-necessidade do produto. Este tipo de associação ajuda a tomar melhores decisões e ajudar a gastar menos dinheiro.